sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Viver ou não viver? Eis a questão...

 Tá todo mundo cansado.

Eu tô cansada.

A privação social é um negócio que dói. Porque nós somos seres coletivos. Biologicamente coletivos (precisamos dos outros para promover abrigo, alimentação, reprodução e perpetuação da espécie).

E foi pelo coletivo, para preservar a vida humana no planeta Terra que entramos em quarentena. E as pessoas foram arrumando uma série injusttificável de justificativas para justificar a quebra do isolamento. Algumas cruéis.

E quem se manteve atrás das máscaras foi ficando dorido. Como aquela menina que escolheu proteger seu pai e negou uma visita à netinha, que agora nunca mais o verá. Não, ele não morreu de Covid-19. Foi um infarto inesperado no sofá de sua sala, sozinho.

Daí caímos nesse abismo antagônico: nos manter afastados para resgardar o outro e a nós mesmos, correndo o risco de perder pra sempre a chance de estar juntos pela última vez ou nos manter afastados por empatia pela vó da amiga com quem você decidiu sair para jantar. A consciência é um negócio pesado às vezes, né?

Viver ou não viver? Eis a questão...

Porque vírus é assim, gente: incolor, microscópico e se espalha. E a maioria dos seus vetores são assimtomáticos. Ah, vale lembrar que ele também é apartidário: vai contaminar quem votou no Haddad e quem escolheu o Bolsonaro.

Onde eu quero chegar com esse texto?

Acho que pela primeira vez em lugar nenhum... Estou apenas compartilhando meu cansaço.


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