segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Te perdendo enquanto esperei

Cheguei, atirei a roupa no chão como todas as tardes e me esqueci por uns minutos debaixo do chuveiro. Os pensamentos se transformaram em espuma e minha alma ficou mais limpa.
Saí ainda molhada e deixei que a cama recolhesse as gotas que eu nunca me importo em enxugar.
Olhei para as manchas de mofo no canto do teto e procurei qualquer coisa que substituísse a sua voz no telefone, pois era exatamente nessa hora que eu ligava pra você.
No silêncio da cidade decidi cortar as unhas dos pés, pois sabia que já havia usado todas as palavras possíveis e o impossível se tornou algo absolutamente banal depois que te conheci.
Virei o rosto e senti o cheiro que não sabia se era meu ou seu, fazendo doer ainda mais o estômago que adoeceu por contabilizar as tantas vezes que eu te perdi num mês.
Ainda haviam gotas de sol nas pontas das árvores, mas nenhuma nos meus olhos cansados de ver vazios pelas esquinas que eu dobro sem a promessa de dirigir até sua casa.

Não me peça pra aceitar circunstâncias ou pra admirar o amor de longe sem devorá-lo com a minha alma.
Não precisei de mais do que quatro dias pra descobrir que havia te esperado a vida inteira...
E agora não me cabem meias vidas,
Meios encontros.
Quero você morando dentro de mim,
A gente morando no mato,
dois ou oito filhos,
e toda a intensidade do cuidado que dispenderemos um pro outro.

Te perdendo enquanto esperei

Cheguei, atirei a roupa no chão como todas as tardes e me esqueci por uns minutos debaixo do chuveiro. Os pensamentos se transformaram em espuma e minha alma ficou mais limpa.
Saí ainda molhada e deixei que a cama recolhesse as gotas que eu nunca me importo em enxugar.
Olhei para as manchas de mofo no canto do teto e procurei qualquer coisa que substituísse o som da sua voz ao telefone.
No silêncio da cidade decidi cortar as unhas dos pés, pois sabia que já havia usado todas as palavras possíveis e o impossível se tornou algo absolutamente banal depois que te conheci.
Virei o rosto e senti o cheiro que não sabia se era meu ou seu, fazendo doer ainda mais o estômago que adoeceu por contabilizar as tantas vezes que eu te perdi num mês.
Ainda haviam gotas de sol nas pontas das árvores, mas nenhuma nos meus olhos cansados de ver vazios pelas esquinas que eu dobro evitando o caminho até sua casa.

Não me peça pra aceitar circunstâncias ou pra admirar o amor de longe sem devorá-lo com a minha alma.
Não precisei de mais do que quatro dias pra descobrir que havia te esperado a vida inteira...
E agora não me cabem meias vidas,
Meios encontros.
Quero você morando dentro de mim,
A gente morando no mato,
dois ou oito filhos,
e toda a intensidade do cuidado que dispenderemos um pro outro.