quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Então escrevo o que ninguém lê;
sinto o que  ninguém sente,
temo o barulho do vento,
e esqueço o que ia dizer..

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Sobre os vazios

Para os buracos, os vazios e a falta de respostas, desenvolvemos incalculáveis maneiras de nos preencher, sentir bem, cheios, iludidos, otimistas ou apenas minimamente dignos de vestir a fina camada de verniz da civilização.
Igrejas, drogas, livros, ideologias, sexo, novela, artes, Ongs, Feng-Shui. E a escrita.
Quem escreve é como quem se excita na escolha da roupa para festa, é quem vai pra festa, é quem se entorpece ou medita, goza, finge, louva.. é quem encontra uma dessas maneiras de ressignificar a própria interpretação do mundo, o mundo em si e a vida.
Escrever é uma alternativa para suportar a existência, traduzi-la, ou romantizá-la; é uma maneira de existir e não estar só e a forma mais verdadeira de estar absolutamente sozinho.
É ter tudo dentro de uma pequena caixa de ossos oca.
É se conectar mesmo que ninguém jamais leia, ou leia e não se deixe tocar. Ou seja tocado e esqueça um segundo e meio depois.
É qualquer história, um sonho, uma divagação, uma frustração, uma mentira e a mais pura das verdades.
É alguém. É você. Eu. Não é nada.
É tudo no nada.
É.