quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

O melhor lugar pra ir

 Algo sobre arrumar a casa mais ou menos, cumprir meio objetivo de fazer uma limpeza pessoal e há muito desejada no guarda roupas, ignorar a sujeira do piso e sentar no sofá, sem banho, de estômago forrado com café preto, descabelada, alheia às dores e dar colo e jantar na boca.

Os dois precisaram de mim mais do que eu de mim mesma.

E fiquei feliz de ver meu celular no encosto do sofá, pois eu poderia escrever essa postagem, pra experimentar explorar sentimentos enquanto um dormiu e o outro escorou pra assistir a um desenho japonês, me deixando uma mão livre.

Então é sobre quem sou eu debaixo de dois filhos ou quem somos sob o sofá duro e velho da sala.

Eu sou quem se resigna enquanto torce para a bateria viciada do celular não acabar antes de eu exprimir um pouco de qualquer coisa de mim nessa página virtual que ninguém lê, ou antes do menor não gorfar ou do maior desistir do sossego e pôr fim à nossa inércia.

Mas é mais sobre mim mesma. Sobre gostar de estar no sofá e as tantas coisas à serem feitas nem importarem tanto quanto antes de sermos três. Sobre ser parte do sofá e deles, misturada às suas velocidades. Sobre sermos suficientes um pro outro e essa sala ser o melhor lugar pra ir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário